Napoleão ou o complexo de épico

2020
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Na procura de entender o homem que foi Napoleão e o fenómeno em torno de si criado, debatemo-nos entre o fascínio e o repúdio. Lança-nos questões políticas e sociais, que mantêm a sua actualidade e pertinência. A sua ambição pessoal, audácia e determinação levaram-no longe, expandindo territórios, apropriando-se dos ideais da Revolução Francesa. Mais tarde, reaproxima-se de valores aristocráticos que antes repudiara, centraliza em si o poder e auto proclama- se Imperador. A sua força de vontade era única. A sua queda foi proporcional à sua ascensão. Uma vida romanesca, que reúne todos os ingredientes para uma boa história. Muito é e continuará a ser dito sobre Napoleão Bonaparte, caberá ao público julgar ou celebrar a figura histórica, o homem que foi Napoleão. A nós cabe-nos a tarefa de contar, procurando com humor e poesia, os reversos da história. Porque todas as moedas têm duas faces: cara ou coroa. Criação Colectiva da Companhia do Chapitô

“Desta feita não é um “clássico”, como o eram Electra ou Hamlet, a chegar à Tenda do Chapitô. Àquele que é o palco de excelência para os mais hilariantes acometimentos no cânone dramatúrgico ocidental, certamente levados a cabo pela companhia mais imprevisível do teatro lusitano, chegam as atribulações de “uma vida romanesca que reúne todos os ingredientes para uma boa história”. Tão amado quanto odiado, o grande protagonista deste “épico” (não se nega padecer de tal “complexo”!) teatral é Napoleão Bonaparte, ativista político e militar durante a Revolução Francesa e, de 1804 a 1814, magnânimo imperador dos franceses, fossem eles gauleses de plena geografia ou meros subjugados no rolo compressor da máquina militar engendrada pelo pequeno grande líder dos exércitos revolucionários. Vasculhando nos versos e reversos da história, a Companhia do Chapitô oferece uma visão hilariante e bem disposta, mas também reflexiva e poética, sobre essa “figura carismática e controversa” que nos coloca “questões políticas e sociais tão pertinentes hoje como há mais de dois séculos.”

in Agenda Cultural de Lisboa

Créditos

Ano de Criação: 2020
Data de Estreia: 30 de Janeiro de 2020
Local de Estreia: Lisboa – Chapitô
Classificação Etária: Maiores de 12 Anos
Duração:

Criação Colectiva
Encenação: Cláudia Nóvoa e José C. Garcia
Dramaturgia: Ramón de Los Santos
Interpretação: Jorge Cruz, Susana Nunes e Tiago Viegas
Direcção de Produção:Tânia Melo Rodrigues
Sonoplastia: Sílvio Rosado
Figurinos: Cláudia Nóvoa e Glória Mendes
Desenho de Luz: José C. Garcia e Saturnino Rodrigues
Design Gráfico: Sílvio Rosado
Fotografias de Cena: Frank Saalfeld
Divulgação: Cristina Carvalho
Motion Design: Sofia Serrazina
Video Spot: Joana Domingues e Bruno Gascon

Críticas

  • "Esa estética aparentemente pobre, poblada por objetos comunes y de poco valor económico, se convierte en una fuente inagotable de estímulos para nuestra imaginación. Y esto sucede gracias al ingenio de la actuación, a la sutileza en los detalles que salpimientan las escenas, recreadas(...)"

    AFONSO BECERRA
    in Artezblai
  • "...um descaramento consciente e elaborado e, no caso, particularmente talentoso..."

    " ...Cláudia Nóvoa e José Carlos Garcia, com imaginação, segurança, habilidade e sentido de risco dirigem os brilhantes Jorge Cruz, Susana Nunes e Tiago Viegas nesta corrida num carrossel de malícia, expelindo convenções borda fora e resistindo a tentações facilitistas, assim criando uma comédia visual sofisticada e recheada por abundante e saborosa revisão e saudável subversão do mito."

    RUI MONTEIRO
    in Público