Na procura de entender o homem que foi Napoleão e o fenómeno em torno de si criado, debatemo-nos entre o fascínio e o repúdio. Lança-nos questões políticas e sociais, que mantêm a sua actualidade e pertinência. A sua ambição pessoal, audácia e determinação levaram-no longe, expandindo territórios, apropriando-se dos ideais da Revolução Francesa. Mais tarde, reaproxima-se de valores aristocráticos que antes repudiara, centraliza em si o poder e auto proclama- se Imperador. A sua força de vontade era única. A sua queda foi proporcional à sua ascensão. Uma vida romanesca, que reúne todos os ingredientes para uma boa história. Muito é e continuará a ser dito sobre Napoleão Bonaparte, caberá ao público julgar ou celebrar a figura histórica, o homem que foi Napoleão. A nós cabe-nos a tarefa de contar, procurando com humor e poesia, os reversos da história. Porque todas as moedas têm duas faces: cara ou coroa. Criação Colectiva da Companhia do Chapitô
“Desta feita não é um “clássico”, como o eram Electra ou Hamlet, a chegar à Tenda do Chapitô. Àquele que é o palco de excelência para os mais hilariantes acometimentos no cânone dramatúrgico ocidental, certamente levados a cabo pela companhia mais imprevisível do teatro lusitano, chegam as atribulações de “uma vida romanesca que reúne todos os ingredientes para uma boa história”. Tão amado quanto odiado, o grande protagonista deste “épico” (não se nega padecer de tal “complexo”!) teatral é Napoleão Bonaparte, ativista político e militar durante a Revolução Francesa e, de 1804 a 1814, magnânimo imperador dos franceses, fossem eles gauleses de plena geografia ou meros subjugados no rolo compressor da máquina militar engendrada pelo pequeno grande líder dos exércitos revolucionários. Vasculhando nos versos e reversos da história, a Companhia do Chapitô oferece uma visão hilariante e bem disposta, mas também reflexiva e poética, sobre essa “figura carismática e controversa” que nos coloca “questões políticas e sociais tão pertinentes hoje como há mais de dois séculos.”
in Agenda Cultural de Lisboa
Criação Colectiva
Encenação: Cláudia Nóvoa e José C. Garcia
Dramaturgia: Ramón de Los Santos
Interpretação: Jorge Cruz, Susana Nunes e Tiago Viegas
Direcção de Produção:Tânia Melo Rodrigues
Sonoplastia: Sílvio Rosado
Figurinos: Cláudia Nóvoa e Glória Mendes
Desenho de Luz: José C. Garcia e Saturnino Rodrigues
Design Gráfico: Sílvio Rosado
Fotografias de Cena: Frank Saalfeld
Divulgação: Cristina Carvalho
Motion Design: Sofia Serrazina
Video Spot: Joana Domingues e Bruno Gascon
Duração: 1h45
"Esa estética aparentemente pobre, poblada por objetos comunes y de poco valor económico, se convierte en una fuente inagotable de estímulos para nuestra imaginación. Y esto sucede gracias al ingenio de la actuación, a la sutileza en los detalles que salpimientan las escenas, recreadas(...)"
"...um descaramento consciente e elaborado e, no caso, particularmente talentoso..."
" ...Cláudia Nóvoa e José Carlos Garcia, com imaginação, segurança, habilidade e sentido de risco dirigem os brilhantes Jorge Cruz, Susana Nunes e Tiago Viegas nesta corrida num carrossel de malícia, expelindo convenções borda fora e resistindo a tentações facilitistas, assim criando uma comédia visual sofisticada e recheada por abundante e saborosa revisão e saudável subversão do mito."
"uma paródia que surge a um só tempo séria e delirante."
"dinamismo sábio desta representação lúdica"
"paródia sofisticada"
“Performatividade magistral de atores experimentados e habilitados nas artes de improvisação e de representação..” “Vivacidade Indomável”“..também a sonoplastia, o fumo, os efeitos de luz o extremo cuidado na execução da exigente e vertiginosa coreografia do espetáculo compõem uma epopeia de ousadia artística de divertimento..”