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Hamlet

2018
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PASSADA NA DINAMARCA, A TRAGÉDIA SHAKESPEARIANA CONTA A HISTÓRIA DE COMO O PRÍNCIPE HAMLET TENTA VINGAR A MORTE DE SEU PAI, HAMLET O REI, ASSASSINADO POR CLÁUDIO, SEU IRMÃO, QUE O ENVENENOU E EM SEGUIDA TOMOU O TRONO, CASANDO-SE COM A RAINHA. ENTRE A LOUCURA REAL E A LOUCURA FINGIDA, “HAMLET” EXPLORA TEMAS COMO A TRAIÇÃO, VINGANÇA, INCESTO, CORRUPÇÃO E MORALIDADE.

Em “Hamlet”, o enredo é transposto para a modernidade, fazendo uma analogia entre o outrora Reino da Dinamarca, onde tem lugar a peça original e uma qualquer empresa multinacional dos tempos actuais. Pese embora o tempo – cronológico entenda-se – decorrido entre uma peça e outra, as temáticas abordadas permanecem as mesmas. Fala-se de traição, abuso e jogos de poder, de assédio, da procura voraz e sem escrúpulos do lucro e de inafectividade. A ausência de toque entre o elenco ao longo da peça, por exemplo, espelha uma sociedade autista e desumanizada. Na inexistência de cenário e usando um figurino simples e contemporâneo (fato e gravata), o trabalho do actor não fica restringido à representação ou interpretação de uma personagem, até porque todos são Hamlet. Comunica-se com a palavra mas também com o corpo, com o gesto, com o som. O hiper-realismo da peça e o recurso constante a onomatopeias transporta o público para uma viagem verdadeiramente sensorial e cinematográfica. O despojamento da cenografia serve também, na opinião do encenador José Carlos Garcia, para “suscitar a imaginação do público que não pode ser passivo”, pelo contrário, “tem que imaginar para além do que vê”. À semelhança do que acontece em outras criações da Companhia, o uso de objectos é uma das formas de desafiar a imaginação dos espectadores. Neste caso, são as gravatas que ganham vida e assumem funções distintas ao longo da acção. A escolha da gravata não é casual assumindo aqui uma representação simbólica de poder, de estatuto e verticalidade. O trabalho contínuo e verdadeiramente colectivo entre encenadores e actores no desenvolvimento da estética da peça e todo o processo criativo que lhe subjaz faz com que cada actuação seja única e diferente e que o espectáculo se mantenha vivo.

 

  • Nomeado para Melhor Espectáculo de Teatro | “PRÉMIO AUTORES 2019” | SPA – Sociedade Portuguesa de Autores – 2019
  • Distinguido com o Selo de Espectáculo Recomendado pela comissão*1 da LA RED*2 – 2018

*1  – Comité formado por figuras de diferentes áreas cénicas de todo o país, cujo principal objectivo é levar aos associados, programadores e distribuidores, informação relevante e actualizada, contribuindo para uma programação equilibrada e de qualidade.

*2 – LA RED – Red Española de Teatros, Auditorios, Circuitos y Festivales de Titularidad Pública es una asociación cultural sin ánimo de lucro constituida en convenio de Colaboración con el Instituto Nacional de las Artes Escénicas y de la Música, Ministerio de Educación Cultura y Deportes.”

Créditos

Ano de Criação: 2018
Data de Estreia: 18 de Janeiro de 2018
Local de Estreia: Lisboa – Chapitô
Classificação Etária: Maiores de 12 Anos
Duração:

Criação Colectiva | Companhia Do Chapitô
Direcção: José Carlos Garcia, Cláudia Nóvoa e Tiago Viegas
Interpretação: Jorge Cruz, Susana Nunes, Patrícia Ubeda/Ramón de Los Santos e Tiago Viegas
Direcção de produção: Tânia Melo Rodrigues
Desenho de Luz: José Carlos Garcia e Paulo Cunha
Design Gráfico: Sílvio Rosado
Divulgação: Cristina Carvalho e Ana Campos
Fotografias: Susana Chicó
Video Spot: Joana Domingues e Bruno Gascon
Costureira: Teresa Machado
Estagiários: Carolina Caramelo e Pedro Esteves
Operação de Luz no Chapitô: Saturnino Rodrigues
Operação de Luz em digressão: Paulo Cunha

Críticas

  • “Com quatro corpos e uma mão-cheia de gravatas, a Companhia do Chapitô atira-se mais uma vez aos clássicos com uma dramaturgia que não deixa pedra sobre pedra deste monumento teatral, com o bónus do efeito secundário do riso compulsivo.”

    RUI MONTEIRO
    in Time Out
  • "Todo un espectáculo el construido con una profesionalidad intachable, una pasión encendida y una imaginación desbordantes por todos los componentes de la compañía que intervienen en este montaje (...) Hay que ponderar también el exquisito uso del idioma español por parte de los cuatro actores durante toda la obra y la utilización de guiños y giros lingüísticos locales que acercan permanentemente la escena al público. (...) Una vez más (¡y van…!), nos quitamos el sombrero para saludar y seguir disfrutando de un trabajo teatral impecable y una forma personal y divertidísima de abordar el hecho teatral (...) Imprescindible, personalísimo y desternillante este ‘Hamlet’ de Do Chapitô."

    JOSÉ-MIGUEL VILA
    in Diário Crítico
  • "Nos rendimos ante su talento. Nos rendimos ante su fuerza, su maestría y el mimo con el que han trabajado cada una de las escenas. Nos rendimos ante la obnubilante sintonía de sus actores, el tremendo trabajo de sincronía, casi coreografía, imprimida en la escenas. Nos rendimos ante el guante que nos tira para aceptar el reto de encontrar placer en la dificultad. El cerebro aún nos echa humo. Pero es un humo feliz, vivo realizado."

    EVA LLERGO
    in el pequeno espectador